Cássio - O Otário

Escrito por Magda Maia

Eu te esperava ansiosamente naquela praça... Várias pessoas ao meu redor e nada de você chegar. Meu pensamento a mil por hora. Não sei se pensava, olhava ou mascava aquele maldito chiclete. O relógio já marcava 19:06 e nada de você chegar... Eu olhava o relógio em meu pulso de dois em dois segundos e nada. Olhava para os quatros cantos daquela praça e nada de ver o teu maldito moicano se aproximando. Com meu celular LG na mão, tentava te mandar um único torpedo que dizia: ‘’To na praça... Vem me ver ou não?’’ A maldita da minha operadora não fez a parte dela! Eu tentava enviar, mas dava ERRO NO ENVIO! Eu juro como ainda não estava estressada. Respirei fundo, bem fundo, contei de 01 até 10 e tentei enviar outras 57 vezes, e mais uma vez a minha operadora falhou.
Não, eu não estava sem crédito, me restavam apenas 0,30centavos. Então decidi, mais uma vez, colocar meu orgulho atrás da porta de qualquer lugar e ligar para ele. E foi o que eu fiz... Liguei outras 93 vezes e aquela mensagem dos infernos já perturbava a minha cabeça: “Celular desligado ou fora da área de cobertura”. Minha cabeça começou a ficar doida, fazia perguntas e respondia ao mesmo tempo, sem ao menos me deixar consultar o que restava no meu lado esquerdo do peito.
Se eu soubesse onde você mora seria mais fácil... Eu pensava com ar apaixonado e burro de entender que ele estava me dispensando.
Mais como eu sou brasileira, tentei em outro contato. Liguei para um amigo nosso em comum, que por coincidência era seu vizinho, com uma desculpa esfarrapada. Beto me ajuda! Acabei de ser assaltada e to sem dinheiro pro ônibus, manda o Cássio vir aqui na praça, tenho que falar com ele. O Beto, tadinho, é afim de mim. Mas como todo bom amigo, avisou a criatura sobre a minha existência. E o que o Cássio fez? Bom, o que ele não fez na verdade...
Fui para outro banco da praça, um que tem em frente à Bob’s, e fiquei fitando demoradamente aquela rua, e nada de você aparecer. Meu chiclete já estava duro, joguei-o fora com uma força tão grande que mais parecia uma arma soltando uma bala. E mais uma vez respirei bem fundo, quase chupando todo o oxigênio daquele lugar, contei... Mentira, eu não contei! Já estava explodindo de raiva, convicta de que já tinha levado um ‘’bolaço’’.
Novamente fitei aquela rua, e vi o Beto. Beto, cadê o Cássio? O Cássio falou que não vem! Assim, com a cara mais lavada do mundo? Foi o que ele disse... Mas não fala pra ele, ele mandou eu te falar que estava cansado. Beleza Beto! Mas é verdade mesmo ou tu estais de sacanagem? Verdade, ele não quer e ponto final!
Nossa, eu entrei em erupção quando o Cássio mandou uma mensagem pro Beto dizendo: Vê lá o que tu vai falar pra ela!
É, eu fiquei vermelha, pior que um tomate pintado de vermelho. Eu estava com tanta raiva que nem eu sabia o que era capaz de fazer quando o visse na minha frente.
Fui pra parada de ônibus bufando, o xinguei de tantos palavrões que nem sei de onde surgiram tantos nomes.
 É preciso pensar com o cérebro e não com o coração! Agora já aprendi a lição. Coração blindado não é perfurado, então pode ir abaixando as tuas armas.

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